O Melhor Remédio é a Prevenção

Hoje em dia os cães e gatos têm uma vida média mais longa do que há 10, 20 anos atrás. E muito se deve ao avanço da Medicina Veterinária, preocupada com uma alimentação mais saudável e equilibrada, com a fabricação de medicamentos próprios para doenças específicas dos animais e com seu bem estar de um modo geral.



Por outro lado, seus proprietários também querem os animais ao seu lado não só mais tempo, como também que eles tenham melhor qualidade de vida.

Para isso, é preciso uma parceria entre os dois: Veterinário e  Proprietário, para que juntos possam desenvolver um programa de prevenção contra doenças. A prevenção é feita de várias maneiras, mas vamos por partes?

1) Exame anual

A prevenção começa na primeira consulta e um exame a cada ano é essencial. Nele, o veterinário verifica seu estado de saúde, se há necessidade de prescrever algum parasiticida (ecto - pulgas e carrapatos e/ou endo - vermes intestinais), verifica se a dieta está adequada, observa se há sinais de alguma doença infecciosa (corrimento nasal ou ocular, febre, mucosas hipocoradas...), se os olhos estão brilhantes, se o pelo está brilhante, limpo e sem falhas...



Ele aproveita para perguntar ao proprietário se ele observou alguma mudança física ou comportamental no animal depois da última consulta. Como estão as fezes e urina, se ele está mais apático ou alerta, se aumentou ou diminuiu seu apetite, se houve alguma mudança na casa que possa influenciar em seu comportamento. Enfim, tudo que diz respeito ao cão/gato deve ser minuciosamente tratado na consulta anual de um cão adulto.

2) Filhotes

N primeira consulta de filhotes, o clínico fará um exame minucioso: registrará o peso, a temperatura, o estado dos dentes de leite', da pelagem, auscultara seu coracao...Ele orientará quanto ao banho, tosa, corte de unhas, limpeza de ouvidos, prevenção contra pulgas e carrapatos e como fazer a higiene oral.



É importante orientar quanto ao esquema de vermifugação e vacinação, com datas já marcadas, para não haver imprevistos.

A alimentação também é um fator importante: se o cão veio de um canil cuja ração não é confiável, o veterinário orientará a mudança gradativa para uma de melhor qualidade. Se houver necessidade de um complemento alimentar, ele o prescreverá.



Não tenha medo ou vergonha de perguntar nada ao Veterinário. É para isso que vivemos (e somos pagos!)


3) Esterilização:

Um assunto que merece tópico especial. Cães/cadelas e gatos/gatas cujos donos não pretendem cruzá-los, não desejam crias, não têm condições de manter filhotes em casa, ou qualquer que seja o problema, DEVEM castrá-lo.
Ter uma cria não deixa a fêmea mais saudável, muito pelo contrário:castrando-a, você estará protegendo-a contra o câncer de mama. A femea não se sente frustrada por não te filhotes, isso é LENDA.
O macho não precisa cruzar uma vez para ver "como é bom". LENDA também. Esses sentimentos sao humanos e humanizar animais nao deve se tornar um habito. Animais cruzam para procriar. Simples assim.



Bem, a partir desse (cof) consenso entre nós (:D) vamos aos fatos:
Animais que serão castrados precisam fazer exames de sangue e avaliações físicas para saber se estão aptos a fazer a cirurgia. A castração é um procedimento simples e sem grandes complicações.

O pós operatório dependerá mais de você, leitor amigo. É fundamental o uso do colar elisabetano para que a fêmea se lamba/arrebente os pontos, ou o uso de malha pós cirúrgica, além de visitas constantes para que o veterinário avalie a cicatrização dos pontos.



Depois de castrados, alguns animais tendem a aumentar um pouco de apetite, e também sua atividade física diminui bastante. Para evitar que eles fiquem obesos, o veterinário recomendará ração especial e/ou diminuição das porções.

4) Geriatras

Nossos velhinhos precisam de cuidados mais que especiais também. Já nos acompanharam durante muitos anos e agora, mais do que nunca dependem da nossa paciência e carinho.

Um dos fatores mais importantes para aumentar a expectativa de vida do seu animal, e com qualidade de vida, é o controle da alimentação.
Somente o Médico Veterinário pode lhe orientar com relação ao melhor tipo de alimento,  proporcionando ao seu animal:

- manutenção das articulações
- tonicidade cardíaca
- função renal adequada
- aproveitamento de vitaminas e minerais
- manutenção de peso ideal



Com isso, retardamos e até mesmo evitamos patologias na coluna, insuficiência renal, hepática, cardíaca e outras.


Fatores ambientais: - animais de vida livre vivem menos que os confinados, devido a acidentes de trânsito, vizinhos hostis e contato com animais doentes. No entanto, viver menos ou mais deve conduzir à reflexão sobre a qualidade desta vida.

Fatores Nutricionais - obesidade ou magreza excessiva diminuem substancialmente as expectativas de vida de cães e gatos . Animais idosos com problemas específicos em orgãos vitais como o coração, rins ou fígado, têm seu estado geral revigorado com o auxílio de dietas especiais.

Fatores genéticos  - de modo geral, as fêmeas vivem mais que os machos. Os animais castrados superam os dois. Cães de pequeno porte com ou sem confinamento têm vida mais longa.



Cuidados durante a vida - Sem dúvida uma vida regrada é muitas vezes prolongada, cumprindo-se as datas das vacinas, com os devidos cuidados sanitários, controle de parasitas internos e externos, alimentação adequada e em horas regulares, manutenção da saúde dentária, etc.

Hábitos - os bichanos geriátricos também devem ter atividades para manterem a capacidade de urinar e evacuar sem dificuldades. Por outro lado, tanto cães como gatos idosos devem ser desestimulados a pularem demais ou participarem de atividades violentas. Os hábitos alimentares devem ser disciplinados. Caso eles fiquem inapetentes, deve-se procurar auxílio especializado. O mesmo vale se houver muita sede, aumento da diurese, episódios diarreicos frequentes, etc.


Prepare-se para esta fase de seu cão. Se dependesse de nós seriam nossos eternos bebês. Mas temos que encarar a verdade da Vida (nascimento-crescimento-morte) e respeitar e cuidar dos nossoss velhinhos da melhor maneira possível.







Minha experiência:

Meu primeiro cão se chamava Kid. Ganhei quando tinha 7 anos de idade (1978). Foi meu companheiro e de meus irmãos - todos mais novos que eu (devo confessar que abusávamos dele - como ele era pequenino, parecia mais uma boneca do que um cão).

Como éramos crianças, quem cuidava mais eram meus pais. Mas levávamos ao veterinário para tosa-lo (seu pelo era terrível, fino e longo), para tomar antirábica nas campanhas. Ele era invocado, só eu conseguia dar banho nele depois de velhinho, deu um trabalhão enorme. Mas valeu a pena cada minuto.

Por incrível que pareça, ele faleceu no meu último ano de Faculdade (1994), com 16 anos.
Meu melhor amigo.




(mas não parece um ewok?)




(signorelliworld, aprendadetudo,hospitalveterinarioecoville)



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