Sarna Demodécica ou Demodicose:
É causada pelo ácaro Demodex canis, que se aloja nos folículos pilosos e glândulas sebáceas. Ele faz parte da microbiota do cão, ou seja, a maioria dos cães possuem esse ácaro sem manifestar sintomas.
A transmissão sempre se dá pelo contato. Mas não é simples, pois o ácaro
permanece abaixo da epiderme, na camada chamada derme, onde estão abrigados
vasos, nervos, glândulas sebáceas, sudoríparas e os folículos pilosos.
O contato deve ser estreito e prolongado para que haja transmissão, como no caso
da amamentação da ninhada em que o ácaro passa da mãe para os filhotes. Alguns
experimentos comprovaram que não há transmissão intra-uterina e nem na passagem
pelo canal vaginal, sendo que, após o nascimento e inicio da lactação, em um
período entre 8 e 18 horas todos os filhotes já apresentam o ácaro na região do
focinho. Essa é a transmissão direta do ácaro do corpo da mãe para o do filhote. É absolutamente normal e não implica no
desenvolvimento da demodecicose, pois como foi dito acima, faz parte da microbiota do cão e este só apresentará os sintomas (lesões) quando estiver imunossuprimido por alguma causa (ver abaixo) (fonte cantoefibra)
Não há risco de transmissão para o homem. Essa família é espécie-específica,
possuindo afinidade com um tipo de hospedeiro. Assim o Demodex canis habita a
pele dos cães, o Demodex cati a pele dos felinos e o Demodex cunicule a pele dos
coelhos e lebres.
A Doença em Adultos:
Forma localizada:
Em adultos, alguns fatores são pré disponentes para o aparecimento das lesões:
* stress (cio, a gestação, as privações diversas (sede, fome, abandono e intempéries),
as cirurgias, transportes, mudanças ambientais, perda de companheiros humanos ou
animais)
* fatores genéticos
* excesso de medicamentos
* outra doença debilitante (como câncer, hepatopatias, parasitismo, hiperadrenocorticismo ou sob o efeito de qualquer tipo de doença que cause imunossupressão)
Observamos lesoes características em volta dos olhos - o chamado óculos demodécico. Sobre o focinho, testa e face vemos lesões são circusncritas (redondas), de prurido (coceira) variável ou ausente, com descamação, alopécia difusa (queda de pelo em local determinado), eritema (vermelhidão) e seborréia. Os cães podem apresentar otite e/ou pododermatite.
O diagnóstico é feito pelo raspado cutâneo, onde se observa o parasita.
O tratamento requer banhos periódicos com shampoo/sabonete, loções e pomadas recomendados pelo veterinário. Na forma localizadas, cães respondem bem ao tratamento.
Forma generalizada:
Também chamada de sarna negra, ou lepra canina. É a forma grave da doença e ocorre como conseqüência de uma predisposição
hereditária à imunossupressão.
A doença se apresenta como uma dermatite
crônica. Há alopecia em áreas maiores, com descamação, formação de crostas,
hiperpigmentação (manchas) e piodermites severas. Poderá ocorrer inflamação dos
gânglios, febre e perda de peso. Nas áreas de pododermatite há foliculite bacteriana secundária.
O tratamento consiste em:
* Principalmenteo combate ao ácaro (pois o ciclo é crônico)
* Diagnosticar a causa predisponente e combate-la
* Antibióticos sistêmicos, pomadas e shampoos especiais
* Injeções aplicadas pelo médico veterinário
A Doença em Filhotes
Juvenil localizada:
É auto limitante e as vezes se cura sem tratamento. Os sintomas são os mesmos dos da forma adulta.
Juvenil Generalizada:
Processo extremamente grave e de difícil cura porque indica uma capacidade específica do indivíduo em combater o agente. Observa-se alopecia difusa, eritema, edema, crostas e piodermatite secundária, podendo esta apresentar-se moderada, superficial ou severa e profunda com furunculose e celulite. Normalmente estão associados, prurido e linfoadenopatia generalizada.
A sarna negra pode ainda ocorrer sob a forma de otite externa, eritematosa e ceruminosa. Em casos de piodermatite demodécica, a única região atingida são as patas.
O diagnóstico é feito através da raspagem profunda de pele, sendo o material coletado observado em microscopia.
Na forma generalizada, o tratamento definitivo é muito difícil, e deve ser feito por toda a vida, inclusive usando-se medicação para aumentar a imunidade do animal.
Recomenda-se a castração das fêmeas recuperadas, pois no período de cio, assim como na gestação, podem provocar recidivas. Não é aconselhado o uso de animais curados para a reprodução.
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