Principais Zoonoses - Larva Migrans Visceral

A larva migrans visceral é doença causada por helmintos, Toxocara canis, Toxocara leonina e Toxocara cati, cujos vermes adultos vivem nos tratos intestinais de seus hospedeiros, cães e gatos, que liberam grande número de ovos nas fezes.




A infecção em humanos geralmente é causada pela T. canis e ocorre através da ingestão de alimentos contaminados com ovos viáveis. No intestino delgado, há a liberação da larva que atravessa a mucosa intestinal , chega ao fígado e pulmões. No pulmão, atinge as capilares pulmonares, alcançando a artéria pulmonar, câmaras cardíacas esquerdas e disseminando-se para todo o organismo.

Áreas urbanas com maior concentração de cães e gatos possuem maior contaminação do solo de praças e parques públicos, representando importantes fontes de in­fecção.
Grupo de maior risco de exposição são crianças e pessoas com cães e gatos em casa. As crianças apresentam maior risco de contágio devido ao hábito de colocar as mãos na boca sem higiene adequada.

Clínica em humanos

A intensidade da manifestação clínica varia de acordo com o grau de parasitismo, da intensidade de resposta inflamatória e dos órgãos acometidos.
  • Formas leves: assintomática.
  • Formas clássicas: febre, astenia, irritabilidade, anorexia e perda de peso, tosse com sibilos, sudorese e rash cutâneo ou lesões urticariformes. Hepatoesplenomegalia ao exame físico. Comprometimento do SNC tem sido descrito, caracterizado por crises convulsivas e distúrbios de comportamento. Outras manifestações possíveis são miocardite e nefrites.
  • Forma ocular: decorre da formação da massa granulomatosa eosinofílica ao redor do parasita, geralmente no pólo posterior. A lesão pode mimetizar retinoblastoma. A apresentação clínica inclui endoftalmite, uveíte e corioretinite. Os sintomas mais comuns são alteração da acuidade visual unilateral, estrabismo e dor ocular.



A infecção em cães é mais comumente observada em cadelas prenhes e lactantes, bem como nos seus filhotes, pois ocorre a contaminação destes por via transplacentária e transmamária. Após o nascimento, o parasita completa o ciclo nesses filhotes dentro de três a quatro semanas de vida eliminando os ovos deste parasita junto com as fezes. Além deste tipo de infecção os cães podem infectar-se através da ingestão de ovos infectantes, de larvas em tecidos de hospedeiros paratênicos, ou ainda, ingestão pela cadela de larvas do T. canis presente nas fezes ou vômitos dos seus filhotes, quando esta fizer a higienização dos mesmos.


O ciclo de vida deste verme se fecha de várias formas. Em princípio o ciclo se dá de forma direta, isto é, os vermes adultos localizados no intestino eliminam ovos que contaminam o solo. Animais tanto adulto como filhotes se infestam ao farejar e lamber o solo contaminado. Crianças também podem se
contaminar ao brincar no chão. O verme pode ainda ser transmitido aos filhotes pela sua mãe, tanto pela placenta como pelo leite.





Nos cães, os sinais clínicos mais comuns são:
diarréia, flatulência, distensão abdominal, desidratação e atraso no desenvolvimento.
Quando as larvas passam pelos pulmões, pode haver tosse e quadro de pneumonia. A migração larval pode resultar em alterações como celulite orbital, e em infecções muito grandes, pode levar o animal à morte.


Diagnóstico
Pelo exame de fezes, sendo de fácil visualização

Tratamento
Cãezinhos com 2 semanas, fornecer uma dose com repetição após 2 semanas para eliminar a infecção do período pré natal e tratar tambem a cadela. Nova vermifugação aos 2 meses de idade para eliminar a contaminação pelo leite. Filhotes recentemente adquiridos devem ser tratados duas vezes com intervalo de 14 dias. Os adultos tratados a cada 6 meses.

O ideal é fazer um esquema de tratamento anti-helmíntico dos filhotes, para evitar que as larvas do T. canis cheguem à forma adulta e liberem ovos. A OMS (Organização Mundial de Saúde) recomenda realizar o tratamento na segunda, quarta, sexta e oitava semanas de vida dos cães. O medicamento mais utilizado no tratamento de animais com infecção instalada é o febendazole, na dose de 20 mg/kg. Nos cães adultos, é muito raro a toxocaríase, mas quando ocorre a dose recomendada é a de 50 mg/ kg.


Prevenção:
  • Lavar as mãos antes das refeições e ao manipular os alimentos;
  • Lavar bem os alimentos que serão consumidos crus;
  • Levar sempre seu animal ao médico veterinário e vermifugá-lo periodicamente;
  • Não levar animais à praia para evitar fezes na areia;
  • Evitar o contato direto das crianças com areia contaminadas por fezes de animais;
  • Recolher sempre as fezes do seu animal quando ele defecar em locais públicos, dando a elas o destino sanitário adequado.


(consultormedico,rj.gov.br,infoescola, saúdeanimal)

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